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Resenha: Capuz Vermelho e os Foras-da-Lei Renascimento Vol. 1

  • Felipe
  • 10 de ago. de 2017
  • 4 min de leitura


Sinopse - Capuz Vermelho e os Foras-da-Lei Renascimento Vol. 1: Jason Todd lembra-se de um momento, há muito tempo, antes de ser o Capuz Vermelho, em que somente queria roubar pneus do Batmóvel – o que o levou a ser Robin, pelo menos por algum tempo. Agora, depois de um encontro com o Batman que deu bastante errado, seu status como vilão em Gotham City acabou se estabelecendo. Mas o Capuz usará isso para acabar com os grandes criminosos de Gotham na maior operação de infiltração da sua vida. Para isso, achou dois aliados improváveis: a amazona renegada Artemis e o clone defeituoso do Superman, Bizarro. Será que a “Trindade Sombria” da DC funcionará como uma equipe? Os roteiros, como nas aventuras de Todd nos Novos 52, ficam a cargo do polêmico Scott Lobdell; os desenhos são de Dexter Soy e as cores, de Veronica Gandini – ambos de Mortal Kombat X.








Mais uma nova fase se inicia em Rebirth para Jason Todd, o mais controverso dos Robins e que nesse novo arco, ganha um novo recomeço e um novo grupo de aliados. Para aqueles que não conhecem a história do Capuz Vermelho, o Volume 1 de Rebirth serve como uma ótima introdução a um personagem em que se tornou completamente interessante nos últimos anos. Aqui sabemos quem é Jason Todd, como ele se tornou Robin no Universo dos Novos 52, sua morte brutal, sua ressurreição e sua relação com seu mentor desde então. A forma que a HQ vai mostrando essa história, através de flashbacks, em tons acinzentados e com toque de vermelho traz um tom dramático, um passado amargo na vida de um garoto que sempre foi tão rebelde, que surgiu do Beco do Crime e que teve uma infância que pode ser encontrada na vida real muito mais fácil do que a de outros Robins a qual fomos apresentados durante os anos.



Esse tom mais soturno e depressivo, porém, não se aplica em toda a HQ. Quando estamos no presente, CVEOFDL, (que sigla!) tem um humor sarcástico e um tom divertido a qual com certeza não se espera de uma HQ como a do Capuz Vermelho, e ainda assim sem tirar a violência urbana a qual os fãs do personagem estão acostumados. O que traz esse humor e essa novidade são os novos Foras-da-Lei que surgem para acompanhar Jason. "A Trindade Sombria", como o próprio arco denomina, é composto além do Capuz Vermelho por Artemis, uma Amazona de Bana-Mighdall, um lugar diferente de Themyscira e que são ligados aos Deuses Egípcios ao invés dos Gregos, e por um novo Bizarro, que nos Novos 52 nunca foi realmente um vilão. Três personagens tão diferentes e quebrados, longe das versões perfeitas e exemplares que são da famosa trindade da DC, mas que ainda assim conseguem, mesmo do jeito confuso e complicado deles, se entender. Com certeza uma dinâmica que atrai curiosidade e mostra um outro lado desses personagens, uma faceta anti-heróica que faz com que a gente se interesse em ler os próximos arcos que virão dessa HQ, ainda mais em como o Capuz Vermelho irá trabalhar com seres tão poderosos, assim como seu antigo mentor o faz, mas com o pequeno detalhe deles serem tão - ou mais - desfuncionais do que ele.


Com uma história muito mais focada em apresentar esses três personagens e em como eles se unirão, o vilão em si acaba não ganhando tanto destaque ou seja um fator tão importante e talvez por isso mesmo tenha sido certo utilizar um personagem mais simples como Máscara Negra. Suas ambições e seus planos não fogem muito do padrão de qualquer vilão maquiavélico, mas aqui ele serve como um outro contraponto para Jason, um peso na balança moral em que o personagem carrega dentro de si, que o faz sempre se perguntar até onde ele deve ir, até onde ele pode deixar se levar por seus impulsos e idéias e o seu confronto quanto as regras de Batman e se ainda vale a pena viver por esse código, a qual acabou resultando em sua própria morte. O desfecho desse conflito interno do antigo Robin se dá de uma maneira muito interessante ao final do arco, em uma conversa com o próprio Homem Morcego, em um dos momentos mais casuais em que pouco se vê em qualquer das HQs onde o Batman aparece, deixando a ideia que talvez Jason não seja um filho legítimo, um detetive perfeito ou o herdeiro do capuz ideal, mas seja aquele com que Bruce consegue ser mais humano - e que me fez gostar ainda mais e querer ainda mais ver da relação de ambos.


"O mundo pode ter heróis o suficiente, Jason. Talvez alguns Fora da Lei sirvam."


Em um novo grupo de Foras-da-Lei, Capuz Vermelho Vol. 1 apresenta os personagens e suas nuances a um novo público, sem deixar de mostrar novas e interessantes camadas do personagem central para seus fãs. A história também agora apresenta um ar divertido, com doses de humor e ação na medida certa, sem enjoar o leitor. Na verdade, o quadrinho nos deixa ansiosos para uma próxima leitura e com certeza é uma boa recomendação para os fãs e mais um bom acerto da fase Rebirth da DC Comics.


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