Resenha: Arqueiro Verde Renascimento Vol. 1
- Felipe
- 31 de jul. de 2017
- 4 min de leitura

Sinopse - Arqueiro Verde Vol. 1: TIRO AO ALVO - De dia ele é Oliver Queen, playboy, CEO das Indústrias Queen e filantropo. Mas, à noite, ele patrulha as ruas de Seattle, onde defende os oprimidos como um verdadeiro campeão da justiça. Ele é o Arqueiro Verde.
Mas como enfrentar o problema quando você faz parte dele? Esta é uma pergunta que Ollie faz após um encontro eletrizante com a linda Canário Negro, super-heroína e estrela do rock, que desafia tudo que ele achava saber sobre proteger inocentes. Enquanto isso, uma sinistra organização prepara-se para se apossar do império financeiro de Ollie, destruir seu legado e acabar com a sua vida.
Sem fortuna e sem amigos, a quem o Arqueiro Verde recorrerá para enfrentar seus inimigos?

Em junho saiu aqui no Brasil a primeira edição de Arqueiro Verde na nova Fase Rebirth da DC Comics, uma nova fase dentro da editora que serve para conquistar novos leitores, trazer os leitores antigos que perderam o interesse pelos quadrinhos e consertar algumas decisões que eles tomaram no momento que seu universo literalmente deu um reboot nos Novos 52 e se há um personagem que está dentro dessa categoria e que precisava de algumas melhoras, esse era o nosso querido Arqueiro Verde. Durante a fase dos Novos 52, Arqueiro Verde sempre teve suas HQs e histórias geralmente tidas como médias ou ruins, com uma construção de personagem muito diferente daquela que os fãs do arqueiro realmente gostavam.

Ollie e seu cavanhaque! Agora só falta você, Stephen Amell :D
Aqui em Rebirth fica claro que a DC entendeu isso e que está disposta a consertar esses erros. O primeiro, claro, é que Oliver Queen conhece definitivamente Canário Negro. Uma relação histórica, conhecida até mesmo por aqueles que apenas acompanhavam os desenhos da Liga nas manhãs, era uma sensação estranha não ter um casal tão icônico. Com a fase Rebirth e a volta de alguns casais clássicos antigos (Como Lois e Clark ou Bruce e Selina) era importante que Dinah e Oliver também tivessem seu reencontro e isso acontece logo nas primeiras páginas dos quadrinhos, com uma química tão grande que é como se eles já se conhecessem há anos (E vale salientar aqui que possivelmente isso é verdade, devido ao grande arco envolvendo Rebirth - que uma poderosa entidade "roubou" anos daquele universo e o moldou ao seu prazer, um plano que unirá os personagens de Watchmen ao universo regular da série). Se algumas pessoas podem achar que tudo foi rápido demais, gosto da ideia de eles não darem voltas com o relacionamento de ambos, de já definirem bem que, sim, eles estão juntos e assim trazendo a Canário quase como uma protagonista e, principalmente, como alguém para confrontar Oliver e fazer com que o personagem evolua e cresça cada vez mais.

Outro ponto interessante na HQ é que, mesmo respeitando e trazendo elementos do passado, a nova fase do Arqueiro Verde também olha com carinho para um público novo, principalmente para aquele que conheceu o personagem graças a série Arrow. Mesmo que personalidades diferentes, é bom para o leitor encontrar personagens, além de Oliver e a Canário, como John Diggle ou ver que Oliver possui uma irmã. São pequenas coisas e detalhes que faz com que o leitor se identifique e se mantenha interessado pela HQ e creio que nos próximos arcos essas "semelhanças" ocorram mais vezes, até mesmo com encontro do Arqueiro com alguns heróis e vilões por aí ;)
Já da história só tenho elogios. Arqueiro Verde é um herói urbano, que nunca teve vilões megalomaníacos, que desejavam destruir ou escravizar o mundo. Ele sempre se preocupou em defender os mais simples, os mais pobres e apoiar a minoria quando está com ou sem seu capuz, de uma forma até mais intensa que outro herói encapuzado e milionário da editora. Aqui, a trama já se inicia com Oliver se preocupando com um grupo de desabrigados desaparecidos de Seattle e mostra que a política também já vai se tornar um tema abertamente importante na trama, outra coisa que sempre foi um atrativo para as histórias do arqueiro encapuzado. Daí em diante, a trama continua se desenvolvendo, cheia de reviravoltas, traições e segredos sendo revelados, mudando completamente o status quo que o Arqueiro tinha até a fase dos Novos 52 e ditando novas regras, amadurecendo o personagem completamente na fase Rebirth e tornando-o cada vez mais aquele herói que gostamos! Queiram ou não, indiferente de suas opiniões políticas, entendam que o Arqueiro Verde de esquerda está voltando e é um contraponto sempre muito interessante de se ler em uma mídia como histórias em quadrinhos!
Além da ótima história, o Arqueiro Verde também está sendo presenteado com uma ótima equipe de desenhistas, com os traços de Otto Shmidt e Juan Ferreyra sendo um atrativo de se encher os olhos, dando a movimentação e a agilidade necessária que um quadrinho como a do Arqueiro precisa, sem tirar a beleza de cores e movimentos e principalmente mantendo a clareza de leitura necessária para nós devorarmos cada quadro e toda a história com enorme vontade, ansiosos para saber o que vai acontecer, principalmente ao final do Volume 1.

Com uma história envolvente, personagens em uma química interessante e o Arqueiro cada vez mais como aquele bom e velho Arqueiro Verde de sempre, com o personagem mais e mais preocupado em ajudar as minorias, além de histórias mais urbanas e críticas políticas importantes, sem tirar a diversão da leitura (o principal motivo para qualquer pessoa abrir um quadrinho e começar a ler), a nova fase Rebirth chega com tudo e parece que acerta em cheio em como tratar as histórias de Oliver Queen. Esperamos que isso se prolongue por muito tempo e que esse Renascimento para o Arqueiro Verde só o começo de uma ótima fase nos quadrinhos para o mesmo!

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