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[Resenha] - Aquaman Renascimento Vol. 1

  • Felipe
  • 15 de ago. de 2017
  • 4 min de leitura

Sinopse - Aquaman Vol. 1: ONDA DE DESTRUIÇÃO - Seu nome é Arthur Curry, o Aquaman, Rei da Atlântida. Membro da Liga da Justiça. Líder mundial. Super-herói. Uma ponte entre o mundo da superfície e o submerso. E, para muitos humanos, o ditador de um estado bélico. Mas Arthur e sua amada noiva, Mera, estão determinados a provar para a humanidade que os atlantes podem ser uma força da paz e da justiça.


Enquanto Aquaman faz de tudo para melhorar sua imagem perante o público, forças sombrias se erguem das profundezas para esmagar suas esperanças e seus sonhos. Um regimento de terroristas atlantes declarou guerra a seu soberano e a toda a superfície. E, para piorar, o assassino conhecido como Arraia Negra não vai parar enquanto não misturar o sangue de seu maior oponente as águas do mar.


Será que o Soberano dos Mares pode impedir esse turbilhão de destruição e matança? Ou, para salvar o mundo, ele terá que se sacrificar?




Não é fácil ser Aquaman e a expressão "um peixe fora d'água" não pode ser usada de forma mais sensata do que para o herói, mesmo que ainda seja tão clichê. Um personagem de força sobre-humana, agilidade e responsável por cuidar de 70% da Terra, além de ser Rei de uma nação completamente desenvolvida tecnologicamente, com outros seres sobre-humanos e ainda assim Aquaman não é lembrado, nem de perto, com a mesma importância que a trindade da DC Comics ou como os outros heróis aliados da Liga da Justiça como Flash, Lanterna Verde e outros. Não importa o quanto ele seja importante, o quanto suas HQs sejam elogiadas (e foi uma das poucas que manteve um bom nível por toda a Fase N52), Aquaman ainda é lembrado como aquele personagem um tanto quanto bizarro que nada e fala com os peixes, graças a animação dos Super Amigos, um desenho de 1973!


Se no cinema, trouxeram Jason Momoa para tentar apagar essa imagem de vez, em Rebirth eles também cutucam essa visão dos humanos com o Rei dos Mares. Um Rei que conhece os dois mundos, que é desses dois mundos e sofre preconceitos de ambos os lados. Um membro da Liga da Justiça que até mesmo é chamado, no meio das páginas dessa edição, como só alguém que está lá para "fazer volume" e é esse dilema que fica sempre envolta de Arthur Curry, mexendo principalmente com o seu ego. Afinal, por quanto tempo um Rei pode aguentar ser tratado como deboche ou como uma ameaça ou como um qualquer, quando tudo que ele quer é trazer paz e o bem para seus dois povos?


Se Arthur Curry tem o dilema de não conseguir ser visto como um herói, dentro ou fora das páginas, ele tem um grande problema de ser visto como uma terrível ameaça ao controlar uma nação a qual, recentemente, foi descoberta e que tem um poder bélico e tecnológico muito acima daqueles da superfície. É interessante o ponto de desconfiança entre as duas nações, os paralelos que podem ser feitos quando temos dois povos distintos um precisando conhecer o outro e o quão difícil isso pode ser ou como uma simples fagulha ou engano é capaz de fazer com que os julgamentos se estabeleçam e povos pacíficos logo se tornem terroristas, inimigos, pessoas a serem derrotadas... Rebirth está falando de um povo fictício mas as semelhanças com o mundo real são poderosas e o comparativo importante. No meio disso tudo, vemos Aquaman sempre tentando equilibrar as coisas, ajudar a ambos os lados e cada vez ficar mais frustrado, mais impaciente, resultando em uma explosão de sentimentos guardados e que mais uma vez mostram tudo que o personagem precisa carregar dentro de si, todo o orgulho ferido que ele extravasa da forma mais super-heróica possível: Socando a cara de outro super :)


Outra personagem muito importante dentro da edição #1 é Mera, agora noiva de Aquaman (o pedido foi feito dentro da HQ Renascimento) e que sempre está ao lado do seu amado, mesmo que nem sempre concorde com as suas ideias. Uma mulher muito mais de ação, do que diplomata, é ela que muitas vezes lembra a Arthur que ele é o Rei de Atlântida e que precisa ser respeitado, não apenas pelo povo aquático, mas como aqueles que vivem sobre a terra. Seu jeito impulsivo é um contraponto interessante, mostra uma força feminina adequada para aquela a qual será a Rainha de Atlântida, mas também mostra que ela precisa aprender muito com seu futuro marido. Um aprendizado mútuo em que provavelmente acontecerá durante os próximos arcos e tratará amadurecimento e evolução, algo sempre muito legal de se acompanhar em personagens, dentro de uma leitura gradual como a de quadrinhos. Aliás, toda a história dessa edição é uma crescente, acontecimentos que vão se dando pouco a pouco, peças de xadrez que vão se movendo e que vão dando um cenário complicado e muito difícil de se resolver para o Aquaman.


Mas o que seria um herói, sem um grande desafio, não?


Aquaman Renascimento Vol. 1 começa com um bom ritmo, em uma história colorida, com ótimos desenhos - principalmente em cenas verticais e de lutas - em que os vilões vão agindo pouco a pouco, causando uma verdadeira onda (viram o que fiz aqui?) de problemas para o Rei da Atlântida, tornando-o um inimigo e um vilão na vista de todos, resultando em uma fúria que pode ser interessante para as próximas edições. Porém nessa, a história ficou apenas como uma introdução e o final dela é um pouco decepcionante nesse sentido, mas não perde sua qualidade ou entusiasmo para o desfecho que deve ser explosivo no próximo encadernado.



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